A ocasião foi parte da viagem de Lula à Itália para participar do Fórum Mundial da Alimentação 2025, promovido pela FAO, além de outras agendas relacionadas ao combate à fome e à pobreza
Durante a audiência, o presidente do Brasil e o Papa Leão XIV conversaram sobre:
Fé e religião: o presidente parabenizou o pontífice pela exortação apostólica Dilexi Te, que enfatiza que não se pode separar a fé do amor aos mais pobres.
Desigualdade social e amor aos pobres: Lula usou essa oportunidade para reforçar a necessidade de um movimento internacional contra a desigualdade econômica e social.
Segurança alimentar: destacou que o Brasil, em dois anos e meio, tirou o país do “Mapa da Fome” pela segunda vez, e que está levando esse debate para instâncias globais por meio da “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”.
Meio ambiente e COP30: Lula aproveitou para convidar o Papa a participar da COP30 (a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática) a ser realizada em Belém (PA). O Papa explicou que não poderá comparecer pessoalmente, por conta dos compromissos do Jubileu, mas enviará representantes.
Visita ao Brasil: houve também o adiantamento do convite para que Leão XIV visite o Brasil em momento oportuno. Lula afirmou que será muito bem recebido pelo povo brasileiro.
Lula comentou que “houve muita química” entre ele e o Papa, destacando uma afinidade pessoal que, segundo ele, ia além dos protocolos.
Ele também mencionou sua ligação com figuras religiosas brasileiras que atuaram fortemente em causas sociais, como dom Paulo Evaristo Arns, dom Hélder Câmara, dom Luciano Mendes de Almeida, Pedro Casaldáliga, e dom Jaime Spengler, presidente da CNBB
O encontro reforça a importância que o governo Lula atribui à articulação internacional em temas como fome, desigualdade, mudança climática. A Igreja Católica, através do Vaticano, continua sendo um ator relevante nessas discussões, dada sua influência moral e social.
Ao convidar o papa para a COP30 e promover documentos como Dilexi Te, Lula busca legitimar suas políticas sociais dentro de um discurso de fé, que pode ressoar com parte importante da população brasileira, majoritariamente católica ou de tradição cristã.
Esse tipo de encontro tende a continuar sendo relevante no futuro, tanto para o Brasil — política interna, opinião pública — quanto para a Igreja, ao buscar papéis de liderança moral em debates globais
O fato de Lula ter se encontrado com todos os papas desde João Paulo II (quatro papas no total: João Paulo II, Bento XVI, Francisco, Leão XIV) dá uma imagem de continuidade institucional e de relacionamento diplomático sólido com o Vaticano.
Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo de sua vida pública e especialmente em seus mandatos como presidente do Brasil (2003‑2010 e desde 2023), encontrou‑se com vários papas. Esses encontros costumam unir elementos diplomáticos, espirituais, simbólicos e de política social. A seguir, um breve resumo:
João Paulo II — Papa de 1978 a 2005. Lula o conheceu em diferentes ocasiões antes e durante seu primeiro mandato.
Bento XVI — Papa de 2005 a 2013. Lula teve encontros com ele, inclusive quando Bento XVI visitou o Brasil, bem como em momentos posteriores.
Francisco — Papa a partir de 2013 até recentemente. Várias audiências, entre elas em 2023, quando Lula já era presidente (em seu segundo mandato)
Leão XIV — Eleito em maio de 2025, primeiro papa a suceder Francisco. Lula teve o seu primeiro encontro oficial com ele em outubro de 2025
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Fonte: Aleteia
URL Original: https://pt.aleteia.org/2025/10/16/presidente-lula-encontrou-papa-leao-xiv/
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